sexta-feira

podia muito bem ter sido para sempre

o telefone dele tocava, e ele por teimosia, ou até mesmo por orgulho não quis atender, continuava a negar a verdade. o nome dela lá estava, mantinha-se igual desde Dezembro. melhor coisa da minha vida @. tudo estava a mudar, e ele não queria magoá-la, sabia que com ele, ela nunca iria ser feliz. ele queria atender, mas se ouvisse a voz dela, ele iria cair, iria-lhe dizer o quanto a amava, e que ela era tudo para ele e que precisava sempre dela. chegara a altura de parar de a magoar, ele não podia atender, desligou o telemóvel, e deixou-a em pânico, ela sentiu que amanha tudo ia ser diferente, sabia que tinha acabado, mesmo que ele não lhe tenha dito, só não sabia o porque. ela amava-o cada vez mais, e ele estava a deixa-la para trás, e com ela apenas ficaram pedaços do seu coração que lhe estava a saltar pelo peito. sentiu a cara lavada em lágrimas, e que o chão lhe estava a fugir dos pés, estava a beira de um abismo, em que se desse um passo, caia e nunca mais se ia levantar. no dia seguinte, quando se levantou, pela primeira vez, em três meses, ela quis ficar em casa, e tentou mentir aos pais, a dizer que estava doente. não iria ser capaz de entrar na escola, e de se defrontar com ele, sabia que se ia afastar, e que nunca mais iam falar. ela não sabia que era para o bem dele.
quando entrou por aquele portão, sentiu toda a gente a perguntar-lhe o porque de não estar com ele, porque é que ele estava lá em cima, e não ali com ela. sentiu-se a fracassar, e em seguida sentiu as lágrimas a escorrem-lhe pela cara, e sentiu medo, pois sabia que ele não estava ali para a amparar a queda.
sentiu uns braços a puxarem-na para fora daquele circulo, alguém que já sabia o que se tinha passado, alguém que me ia dar força, alguém em quem iria poder confiar.
"minha pequenina já sei o que se passou, já falei com ele. antes de mais quero que prometas que não vais chorar, mesmo que te pareça impossível, mas sê forte, mostra toda a tua garra, tu consegues, e eu vou estar sempre aqui"
os meses foram passando, até que chegou o mês de Junho, e o dia 19 ansiava ser o dia da despedida, abraçada a uma das melhores, ela disse-lhe agora, só daqui a um ano, é que me vou voltar a cruzar com ele, quem sabe. mas é quando lhe soa que ele vai para a mesma escola dela, e é então que se lembra das promessas que ele lhe fazia, do futuro que anciávam ter juntos. sentiu novamente as lágrimas a caírem, e é então que o vê desaparecer no meio da multidão, e sentiu-se perdida num labirinto sem saída.
os três meses de verão passaram-se, entre encontros e desencontros, com conversas no meio, que aliviavam as saudades.
no dia 13 de setembro, correu para a escola, para o ver, mas tudo continuava igual.
e hoje, está aqui a escrever, a contar aquilo que podia muito bem ter sido o seu para sempre

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